Era a quinta vez que Marilda ia ao portão olhar a rua.A mãe observou sua tristeza ao retornar a casa.Dona Ana nada dizia,mas era solidária a filha naquele desespero e sabia também que Marilda já estava se acostumando aos enjoos,a gravidez e o sumiço do namorado. Conheceram-se ao final de uma missa e em pouco tempo começaram o namoro.Desde então,Anselmo comparecia em sua casa todas as noites,onde na presença dos pais quase não se falavam,raramente se davam as mãos.Na despedida no portão porém,eram ousados,trocavam rápidas carícias e os beijos ardentes eram liberados. Uma noite ele falou de sua paixão e da vontade de possuí-la e ela timidamente confessou o seu amor e falou do fogo que a consumia por dentro. Matreiramente Anselmo propôs que todas as noites assim que os sogros fossem dormir,ele retornaria a casa e entraria pela janela do quarto da moça. O romance pegou fogo!Cheia de volúpia,Marilda o aguardava nua por entre os lençoes e amavam-se com sofreguidão até a pálida luz do amanhecer. Durante dois meses tudo foi felicidade,mas um exame médico veio destruir o romance.Ao saber da gravidez da amante,Anselmo se aborreceu.Não queria e nem podia assumir a responsabilidade de um filho,pois era casado e estava na cidade só a trabalho.Numa fria madrugada fez as malas e partiu sem despedidas ou remorsos. Marilda chorou,lamentou e seu filho nasceu no dia em que ela completou quarenta e cinco anos de idade. Vânia lopes

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